são feitas de pus e sangue
as lágrimas que lavam
as feridas abertas
no sal da carne apodrecida
o tempo é tão implacável
como o vento
desfaz as coisas que estão feitas
leva os restos para a lonjura
das coisas perdidas
dos choros esquecidos
dos corpos abandonados
dos jardins queimados
das feridas tristes
das lágrimas contidas até à exaustão do sangue.
terá de ser suficiente
tudo o que já foi
até este momento.
sou feito de pus e de sangue
estou a apodrecer por dentro
estou parado no lugar das coisas que se perderam
levado pelo vento
esquecido e abandonado na exaustão das cinzas
ateia o fogo.
deixa-me
por fim
desaparecer.
Sem comentários:
Enviar um comentário