30/07/2023

A noite cai de forma lenta sobre o abandono da ilha.

Não há âncoras. Não há costa. Apenas o movimento ininterrupto das marés e dos naufrágios.

Estive sentado sobre a orla do dia a aguardar que chegasse tua voz nos indícios do vento quente.

Não há âncoras. 

Não há regressos possíveis. Quando se parte, não se regressa jamais da mesma forma. Quando se regressa, não se regressa inteiro, nunca mais.

Não há nenhuma âncora. Apenas o deserto do mar e da imaginada linha que o separa do céu.

Assim me aparto eu.

Creio que jamais saberei regressar do naufrágio deste abandono ao crepúsculo.

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