18/03/2019

lAbyrinThe

Não me apetece mover. 
Respiro com dificuldade. 
Esforço-me por manter os olhos abertos e o sangue a correr. Esforço-me até não poder mais. 
Contrario o movimento inteiro que a vida impõe sobre mim. 
Procuro escapar ao labirinto da minha essência para me transformar. Recomeçar. 
Falho. Repetidamente. Falho.
Arrasto a alma agrilhoada por entre uma existência que não compreendo. Arrasto-me no limiar das arestas até desfazer o corpo na certeza do abismo que me espera de seguida. Recomeço. 
Afogo-me em dúvidas para as quais tardo a encontrar respostas. 
Perco-me no caminho dos caminhos que me conduzem sempre ao ruído ensurdecedor do silêncio. 
Temo terminar sem ter chegado verdadeiramente, a ser. 

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