A dor carrega-me em braços até ao fim da noite. Lancinante. Dilacerante. A transportar toda a minha existência prévia em pó de cinza enegrecido. Beija-me a testa, os olhos, a face, os lábios, sem pedir. Sem piedade. Sem pudor. Desnuda-me até não conseguir distinguir meu corpo deitado sob o frio do fim da noite. Inebria-me. Até eu esquecer quem fui. Ilude-me. Até eu não saber mais o lugar onde fui. Evade-me de mim até eu, absoluta e definitivamente, desaparecer de entre mim.
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