Sento-me e aguardo. Fecho os
olhos sobre os braços e canto em vez de chorar. Espero que a noite não seja mais
dia mas o dia parece não querer terminar hoje. Guardo a confusão do mundo num
lugar quieto e ainda assim…não pára. Aguardo. A noite vem sem ter vindo porque
o corpo parece não querer ceder ao cansaço. Quero ceder ao cansaço. Sento-me e
aguardo. Coloco a iluminação no mínimo possível para provocar uma saída. Inutilmente.
Os olhos pesam sobre os braços e as feridas do dia começam a pulsar na pele. A dançar
no pensamento. A electrificar a impossibilidade de parar. Sento-me e aguardo,
em vão, que a noite me leve, quieto, até ao dia de amanhã recomeçar.
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