23/11/2012

não te reconheço quando entro na mesma casa de sempre. és tu mas não és tu.
és o que resta de ti e o que eu vejo que resta de ti.
eu já não sou eu inteiro porque perdi o que falta agora em ti.
sou o que resta do que resta do que eras.
quando entro aqui, um dia depois do outro dia, depois da noite que vem depois do dia seguinte, um dia mais do que o dia anterior, não te reconheço em nenhum deles.
olhas para mim sem olhares para mim e sei que também já não me reconheces.
e sei que vou perder, agora e nos dias que faltam, o resto que resta de ti.

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