19/05/2011

s.pin.e

se houvesse um rasgo de espaço entre o que em mim deve e o que em mim pode,
eu seria o que me falta conseguir ser.
se eu pudesse medir, em rigor milimétrico, o espaço exacto que vai de mim até ao que de mim não chegou a ser,
caminharia sobre as mãos toda a distância medida até me reencontrar.
se o torporeocansaçoedesfalecimentoesolidãoeador que me afoga hoje pudesse desvanecer sob o eterno inverno que parou aqui e já não parte nunca,
eu saberia andar, de novo, sem desequilíbrio na marcha, sem temor.
bastaria apenas conseguir respirar por tempo suficiente.
sem me enganar.
sem me esquecer.
e talvez todos os hiatos que persistem pudessem encontrar
um qualquer fim.


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