15/08/2010

Não quero que faças nada.
Não quero sequer que me fales ou que olhes para mim. Que tentes. Que procures.
Deixa.
Deixa-me.
Já me abandonaste há tanto tempo que é absurdo ainda estares aqui.
Não me procures nos restos de comida nem de pó.
Já não estou neste lugar há tanto tempo que já nem me lembro bem a que cheiras.
Sabes que no infinito as linhas paralelas não se tocam. Sabes que no infinito não há mais do que buracos negros e nós chegamos a ver o fim disso que não tem fim sem precisar lá chegarmos.
Se pudesse já estava com o resto do corpo largado na terra húmida.
Se pudesse já não estava aqui e já não respirava.
E se pudesse ser de outra forma já nem te lembrarias meu nome eu já não teria nada por que esperar.

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