29/09/2022

São sombras dos teus gestos que reencontro na chuva que me desenha a pele. 

Fecho os olhos 

e fecho as mãos. 

Deixo-te partir

mas trago-te, 

durante um momento, 

agarrado aos dedos fechados sobre as minhas mãos. 

Um momento

é o que me basta 

para suster 

a ilusão, 

consentida 

de que

é possível 

segurar(te)

a água.

E,

logo de seguida,

largar.

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