03/09/2024

Fiquei à espera que chegasses.

O dia inteiro. Que chegasses inteiro.

Fiquei na espera que regressasses com o tempo e me explicasses o sentido da vida. 

Queria ouvir-te rir da estupidez do mundo, hoje, enquanto aguardavamos a luz do cair do sol. Talvez seja aquilo que queda,  o que traz sentido ao que se sustém.  Se não entendermos a fragilidade da sustentabilidade, jamais poderemos compreender a vida. 

Talvez tenha sido essa a derradeira lição.  Aprender que as coisas que caem, que desaparecem, são o arquétipo que prova o sentido da existência.

Pergunto-me, ainda assim, porque nos recusamos a aprender? 

Porque insistimos em desafiar as leis da gravidade, num permanente complexo de deidade?

Seremos todos,  no fundo, apenas cobardes disfarçados de heróis? Ou heróis disfarçados de cobardes?

Seremos apenas sombras, puras sombras de tudo o que poderiamos ter sido. 

Quando voltaremos a brilhar?

Fiquei à espera que chegasses. Para saber. Para ouvir. Para entender


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