A incapacidade de dormir queda sobre a cidade como cacimba. As ruas humedecem com a dança da chuva e as pedras ficam mais escuras.
As folhas nas árvores cinzentas projectam-se sobre o pavimento dos espaços por onde caminhas, como pétalas de flores esquecidas pelo tempo.
A cidade tem camélias por detrás dos muros antigos onde nascem e vivem memórias de outros passos.
Há um aroma a saudade e a tempo. Tudo te sabe a vida e sentimento.
Atravessas as ruas despidas sobre o frio que vem com o fim de Novembro e não sabes, ao certo, para onde te diriges. Talvez norte. Talvez sul. Talvez apenas a possibilidade de ir seja tudo o que te basta neste preciso momento.
A cidade adormece, inteira, em teus braços, assim que a noite chega.
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