11/11/2019

MaTer

Desapareces, aos fragmentos, de cada vez que o vento sopra de nortada. 
O vento invadiu a praia, teu corpo, tua essência. 
Também chove por dentro de ti. Sempre choveu. Uma tempestade incessante que nunca te deu tréguas. Que nunca te trouxe paz. 
Olhas, com o olhar vazo, o mundo que te consome. Tudo voa nas asas do vento. 
Hesitas no passo. 
Transportas o peso inteiro do mundo preso, agrilhoado em ti, imutável. 
Por mais que tenhas - antes da nortada chegar - tentado fugir deste lugar, não te foi possível. 
Não tem importância agora.
Vou tentar seguir-te neste caminho à sombra do vento que vem do norte, até chegar o momento certo de voarmos com o resto.  

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