Desapareces, aos fragmentos, de cada vez que o vento sopra de nortada.
O vento invadiu a praia, teu corpo, tua essência.
Também chove por dentro de ti. Sempre choveu. Uma tempestade incessante que nunca te deu tréguas. Que nunca te trouxe paz.
Olhas, com o olhar vazo, o mundo que te consome. Tudo voa nas asas do vento.
Hesitas no passo.
Transportas o peso inteiro do mundo preso, agrilhoado em ti, imutável.
Por mais que tenhas - antes da nortada chegar - tentado fugir deste lugar, não te foi possível.
Não tem importância agora.
Vou tentar seguir-te neste caminho à sombra do vento que vem do norte, até chegar o momento certo de voarmos com o resto.
Sem comentários:
Enviar um comentário