Parei na rua por um momento, devagar, sem permitir a pressa dos dias. Escutei o sol na minha pele. Senti o silêncio que vem de dentro, obliterar o ruído da cidade. Um momento de claridade, enquanto fechei os olhos devagar, e compreendi tudo.
Vi que sempre foram os olhos teus o que me levou de volta a esse lugar. Foram sempre teus olhos [feridos], teu olhar [vivo], tua claridade [obscura], tua intensidade [efémera], tua inconstância [consistente], teu mar [meu ar] que me fizeram sempre regressar. Impelida por tua luz, atravessei às escuras o oceano, vezes sem conta, para te [me] reencontrar.
Compreendo, agora, que foi por ti [sempre] que regressei.
Sem comentários:
Enviar um comentário