sabes que há um silêncio indelével que só vem com a noite?
a cidade reduz o seu pulsar e as aves adormecem sobre as árvores despidas do inverso do inverno a anunciar o fim de mais um dia.
o tempo é como o vento rasteiro que se arrasta hoje pelas ruas enquanto o frio se eleva ao esplendor máximo da insanidade.
tens o corpo a tremer e as mãos vazias.
procuras o silêncio que te abraça enquanto a noite fica,
e permanece,
lenta e lânguida,
até que venha de novo a manhã.
sabes que há uma noite que não vai terminar antes do dia recomeçar no cenário bélico que acontece em ti de cada vez que silêncio se rasga...
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